O Processo de Bolonha
E porque "O Degredo" no nosso país, infelizmente, não existe só no futebol, porque não todos quantos frequentam este nosso blog deixarem alguns comentários sobre o sempre polémico Processo de Bolonha! Até porque somos todos estudantes e por inerência, mais ou menos directa, nos afecta a todos nós; porque alguns de nós não estão muito bem informados acerca do assunto e porque vi estudantes em Coimbra a apelidarem Bolonha de ser uma vergonha, aqui fica um pequeno artigo de opinião sobre a matéria:
O Processo de Bolonha nasce em 19 de Junho de 1999. Assinado por 29 países avança de forma deliberada com o conceito de Europa do Conhecimento, de facto um aspecto da sociedade civil europeia da actualidade, transnacional e transfronteiriça.
Faz apelo à urgência de enfrentar as exigências da competitividade internacional do sistema do ensino, espera pela cooperação voluntária das Universidades de toda a Europa no sentido de organizar uma rede forte e coerente, que responda às novas exigências do conhecimento científico numa sociedade que se pretende estável e democrática.
Tenta, de alguma forma, estabelecer um conjunto de objectivos e de iniciativas destinado à construção de um espaço Europeu de ensino superior, atractivo e competitivo no plano internacional e a assegurar a mobilidade e a empregabilidade na Europa, fazendo face ao sistema norte-americano.
Além de insistir nos dois ciclos, o primeiro com o mínimo de três anos, tendo sobretudo em vista o mercado de trabalho, valoriza o sistema de créditos como dinamizador da mobilidade, que se pretende cada vez maior, dos estudantes ao longo do processo de aprendizagem.
Os governos nacionais, da totalidade dos países Europeus têm vindo a produzir legislação destinada a reorganizar a formação superior universitária e politécnica em conformidade com os princípios orientadores do Processo de Bolonha.
Portugal já estabeleceu os princípios reguladores de instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior (DL – 42/2005), já definiu as normas técnicas para a apresentação das estruturas curriculares e dos planos de estudos dos cursos superiores (Despacho 10543/2005 – Direcção Geral do Ensino Superior) e aprovou, recentemente, a Lei de Bases do Sistema Educativo que cria o enquadramento legal necessário à concretização dos objectivos do Processo de Bolonha (Lei -49/2005).
Até aqui nenhuma crítica a assinalar. O problema reside no facto de a informação não circular de forma conveniente entre o Ministério da Ciência e Ensino Superior e as diversas instituições de ensino. Porque, ao contrário do que muitos falam (ou gritam), Bolonha não é uma vergonha! Bolonha é uma mão cheia de oportunidades que o país deve aproveitar. Estou em crer que a classe estudantil não se sente indignada com o Processo de Bolonha em si! A afronta vai para a forma como este está a ser implementado! Quando tanto se fala em Choque Tecnológico e desafios de modernidade para o nosso país, é hora de o actual executivo tentar dar a devida importância a um desafio como é Bolonha, podendo, na eventualidade, usar os serviços mais descentralizados da Administração Pública para poder de forma condigna informar quem de direito!
Faz apelo à urgência de enfrentar as exigências da competitividade internacional do sistema do ensino, espera pela cooperação voluntária das Universidades de toda a Europa no sentido de organizar uma rede forte e coerente, que responda às novas exigências do conhecimento científico numa sociedade que se pretende estável e democrática.
Tenta, de alguma forma, estabelecer um conjunto de objectivos e de iniciativas destinado à construção de um espaço Europeu de ensino superior, atractivo e competitivo no plano internacional e a assegurar a mobilidade e a empregabilidade na Europa, fazendo face ao sistema norte-americano.
Além de insistir nos dois ciclos, o primeiro com o mínimo de três anos, tendo sobretudo em vista o mercado de trabalho, valoriza o sistema de créditos como dinamizador da mobilidade, que se pretende cada vez maior, dos estudantes ao longo do processo de aprendizagem.
Os governos nacionais, da totalidade dos países Europeus têm vindo a produzir legislação destinada a reorganizar a formação superior universitária e politécnica em conformidade com os princípios orientadores do Processo de Bolonha.
Portugal já estabeleceu os princípios reguladores de instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior (DL – 42/2005), já definiu as normas técnicas para a apresentação das estruturas curriculares e dos planos de estudos dos cursos superiores (Despacho 10543/2005 – Direcção Geral do Ensino Superior) e aprovou, recentemente, a Lei de Bases do Sistema Educativo que cria o enquadramento legal necessário à concretização dos objectivos do Processo de Bolonha (Lei -49/2005).
Até aqui nenhuma crítica a assinalar. O problema reside no facto de a informação não circular de forma conveniente entre o Ministério da Ciência e Ensino Superior e as diversas instituições de ensino. Porque, ao contrário do que muitos falam (ou gritam), Bolonha não é uma vergonha! Bolonha é uma mão cheia de oportunidades que o país deve aproveitar. Estou em crer que a classe estudantil não se sente indignada com o Processo de Bolonha em si! A afronta vai para a forma como este está a ser implementado! Quando tanto se fala em Choque Tecnológico e desafios de modernidade para o nosso país, é hora de o actual executivo tentar dar a devida importância a um desafio como é Bolonha, podendo, na eventualidade, usar os serviços mais descentralizados da Administração Pública para poder de forma condigna informar quem de direito!
2 Comments:
Companheiro,
Queria dizer-te que coisa que eu curtia era que tb estudasses aqui em Coimbra comigo (e como estava previsto)...
Mas, por outro lado, com a tua forma de olhar alguns dos departamentos da nossa actualidade seria difícil a tua coabitação com as consagradas e respeitáveis (lol) instituições desta cidade...
Apesar de haver poucas coisas no mundo que eu gosto mais de fazer do que discordar das correntes fedorentas e corruptas desta hipócrita Associação Académica, devo dizer que tenho uma posição mais moderada e cautelosa do que tu.
É natural que muitos estudantes não estejam informados sobre o que se vai passar, e penso que para isso contribui muito o facto de todas as explicações serem "engagés" (eu acabei de usar um vocábulo francófono??!?!?)...
Na minha óptica, Bolonha é o nome que se deu a uma das etapas da Globalização. Globalização que, como sabemos, é económica, política, social e cultural...Ou, em particular, é mais uma manifestação do ideal de Unidade Europeia...
Ou seja, não chega levantar as fronteiras para as batatas e para os queijos, os serviços (e as qualificações) também devem poder viajar livremente por toda a Europa. É esta a ideia...
Claro que convém a países como a Inglaterra ou a França "produzir" técnicos e assegurar o seu sucesso, nem que seja noutro país europeu...
A força de um país mede-se muito pela capacidade de fazer a sua mão-de-obra qualificada andar contentinha, ou não é assim? O caso de Portugal é o exemplo perfeito disso (ou do contrário disso, melhor dizendo)...
Pessoalmente, sabes bem que eu desconfio muito destas "alegadas" tentativas de forçar a união. Vejamos o programa Erasmus: em grande parte dos casos, é uma farsa que nada contribui para a "Universalidade do Saber", para "O aprofundamento de conhecimentos", ou para "O contacto com diferentes formas de ver as matérias relacionadas com a área de cada um"...
Tudo funciona às 3 pancadas e há muito boa gente a viver dos subsidios europeus que estão ligados a isso...E poucos ficam satisfeitos com a experiência em termos de aprendizagem...
Quem ficará a ganhar com esta uniformização dos sistemas de ensino superior? Admito que facilitará a vida a parte da nossa mão-de-obra qualificada...Mas duvido que, a curto prazo, Portugal fique a ganhar..
Mas eu não sou contra Bolonha...Tenho é a certeza que, pelo menos a curto prazo, isto não vai facilitar nada a vida aos trabalhadores qualificados portugueses...
Mas claro, é ridículo ser contra Bolonha...isso é como um gajo ser contra amanhã ir chover...o máximo que se pode fazer é ver se a mesada chega pra comprar uma gabardine...
De qualquer das formas, acham mesmo que isto pode ficar pior do que já está?? lol
Interessante ponto de vista de um professor que falou numa conferência em que estive no outro dia - disse que "agora com Bolonha, finalmente vai-se poder dar umas aulas de jeito"...
Enviar um comentário
<< Home